quarta-feira, 22 de junho de 2011

HISTÓRIA DA ONDULAÇÃO “PERMANENTE”

 
Meus cabelos totalmente ondulados
Através dos séculos, a história, demonstra as várias tentativas por parte do homem, em conseguir uma cabeleira ondulada, assim... como a minha, rs..rs..

Os Egípcios, usavam a água e o barro para ondular os seus cabelos, enrolando-os em pequenos cilindros de madeira e de seguida, eram colocados a secar ao sol.

Posteriormente, na antiguidade em Roma, praticava-se a ondulação a  ferro, utilizando uma bigorna e um martelo de forma côncava aquecido numa forja à determinada temperatura, moldando desta forma os cabelos.

No Oriente e na Grécia, não duvidaram em utilizar os mesmos processos dos seus vizinhos, porque as mulheres de longos cabelos gostavam de os ter ondulados.

No decorrer do século de Luis XIV, os métodos eram infernais. Só podiam ser empregues em cabeleiras enroladas sobre moldes utilizando a terra reflactária, sendo submetidas a uma cozedura durante horas utilizando uma marmita com água a uma temperatura do meio ambiente, passados em seguida a um forno.
Foi assim, que durante séculos, foram conseguidos alguns resultados ondulatórios, por vezes, pouco felizes.
“Ainda existem em alguns museus e teatros cabeleireiras em razoável estado de conservação dessa época.”

Em época mais recente, precisamente em 1880, é lançado em França pelo cabeleireiro francês “MARCEL”, o método da ondulação directa. Este método ficou conhecido pela ondulação a marcel.
Nessa época, eram utilizados ferros redondos, tipo tenaz de diversos diâmetros e configurações, aquecidos num forno metálico tipo (lamparina). Era utilizado o petróleo como fonte de energia, sendo mais tarde substituído pelo álcool.

Mais tarde, o método "Marcel" foi evoluindo pelas mãos de René Rambaud, também ele cabeleireiro francês, formando uma prévia ondulação de caracóis na forma espiral. De seguida, executava o penteado. Este método foi utilizado durante mais de 30 anos, tendo ficado conhecido por “ondulação a Marcel.”
Ainda hoje, é executado este processo nos Campeonatos Mundiais , sendo também, uma das provas a prestar na avaliação das carreiras profissionais.

Foi nesta base de processos e do conhecimento, que se desenvolveram técnicas de execução e variadíssimos moldes de ferros e outras ferramentas para ondular ou alongar os cabelos.
 Em 1906, em Londres, um cabeleireiro de origem alemã “ KARL NESSLER”, também conhecido por “Carl Nestlé,” que conseguiu permanentes com carácter de “permanência”, submetendo os cabelos a vários tipos de soluções químicas activadas por aquecimento directo sobre os mesmos.
No início dos seus trabalhos de investigação NESTLÉ, também usou a água como loção frisadora activada com calor, utilizando para o efeito, um aparelho de aquecimento a gás, tendo sido abandonado este processo por falta de permanência e durabilidade da ondulação.

Prosseguindo as suas investigações, por outras vias, por volta de 1909, descobriu que a utilização do bórax em pasta, era mais eficáz, sabendo que isso causava frequentes e sérios dados ao cabelo.

Posteriormente, fez nova experiência, substituindo o bórax por sais alcalinos de: carbonatos e fosfatos sem conseguir ainda uma eficáz protecção do cabelo e da pele do couro cabeludo.

Entre o período de 1909 1914, diversas vicissitudes se passaram para se ter um melhor conhecimento da estrutura física e química do cabelo.
Era de vital importância ter-se esse conhecimento afim, de melhorar as soluções químicas, vencer a sua resistência física, como no desenvolvimento e aperfeiçoamento de um aparelho menos incomodo e de maior eficácia.

Em 1914, Nestlé parte para os E.U.A., seguindo de perto o evoluir da Primeira Grande Guerra de 1914 a 1918.

Nestlé e o químico Emíle Long, melhoraram a química do amoníaco, juntando-lhe o sulfato de sódio e ferro. Foi através desta combinação química que conseguiram de alguma forma (+ ou -), o ponto ideal de frisura e os melhores obtidos até aqui na frisura dos cabelos.

Neste mesmo ano, Eugéne Sutter, aproveitando os resultados da invenção de Nestlé, desenvolveu um aparelho eléctrico constituído por 20 chauffages que actuavam em simultâneo.
Por outro lado, René Bambaud, criticava esta forma de “permanente”.
Warving, impunha as suas idéias (domésticas), ou seja: que belas ondulações e bons cabelos só poderiam ser obtidos através da água.

Em 1924, Joseph Meyer, revolucionou um pouco a técnica de enrolagem dos cabelos, inventando o enrolamento automático.

Em 1926, é apresentado em Paris,o primeiro aparelho eléctrico com fios, e o enrolamento do cabelo pelas pontas com aquecimento progressivo, desenvolvido pela casa Gallia.

Aparelho elétrico para permanente
Posteriormente, Gaston Boudou da Casa Gallia, desenvolveu e aperfeiçoou a mais completa gama e técnicas na criação de um leve aparelho a quente, ainda hoje, existentes em museus e em alguns salões como peças do passado recente.

Pode afirmar-se que a partir desta data, jamais parou o progresso técnico e científico para a obtenção da ondulação dos cabelos em estado permanente, mas reversível.

“Na realidade o inventor da permanente a quente, foi sem dúvida Karl Nessler, mais conhecido por NESTLÉ.”

Nos anos 30, começou a desenhar-se um novo processo químico para ondular. Foi a aparição da designada permanente “OVER NIGHT,” cujo processo requeria para o seu total desenvolvimento, entre 6 a 8 horas de temperatura ambiental. Foi um processo sem grande sucesso devido à sua morosidade.

 
Em 1934, a Casa Perma, apresenta em Paris , o seu primeiro aparelho, designado por “REGINA”, cuja temperatura das ghauffages não chegavam a atingir entre os 250 a 300º C.

Também em 1934, o professor Speakman, do Depº. das Industrias Têxteis da Universidade de Leeds, na Inglaterra, desenvolveu uma loção química à base de sódio à temperatura de 40º.C, dando lugar a um novo impulso à ondulação “permanente,” utilizando um novo tipo de aparelho eléctrico de dimensões reduzidas leve e eficáz com barras de aquecimento e chauffages com o método de enrolagem dos cabelos pelas pontas, utilizando loções químicas progressivas.

Este processo de permanente a quente, foi sendo destronado aos poucos pela permanente a “MORNO,” e posteriormente, pela permanente de processamento a frio.
 A permanente a morno, também conhecida por TÍBIA ou de autocalor. Foram iniciados os seus primeiros ensaios em 1946, pelas casas: Gallia e Perma,com a diminuição do calor, entre os 100 e os 120º.C. , compensadas pelo emprego de soluções mais activas em relação às utilizadas para a permanente a quente. Foi lançada comercialmente em Paris em 1948.
“ Deve-se mencionar aqui, que outras empresas do ramo da cosmética capilar, muito contribuiram para o desenvolvimento tecnológico de aparelhos com designs e com nominativos próprios como no desenvolvimento de fórmulas químicas para a ondulação “permanente”, tais como: Franz Stoher , fundador da casa Wella José Colomer, fundador da casa Henry colomer L'oreál como tantos outros...

Fine, nos anos 40, foi descoberta e ansaiada a verdadeira  “PERMANALMENTENTE A FRIO.” Esta, baseada numa solução amoniacal, tendo como princípio activo o Ácido Tioglicólico e/ou derivados,do mesmo. Ainda actualmente são utilizados nas loções redutoras para a ondulação.
Nasceu nos E.U.A. por volta de 1942 no decorrer da 2ª. Guerra Mundial, conquistando rapidamente o Mundo, principalmente a Europa Central.

Nas duas últimas décadas do século XX, deu-se uma evolução química e tecnológica de vital importância na “ondulação permanente.” Na qualidade das loções químicas (redutoras), nos sistemas de enrolagem (mecânica), de controle visual ou por controle electrónico.
No entanto, todas as inovações introduzidas actualmente continuam imutáveis aos mesmos princípios de 1942. Sejam elas, tecnológicas ou outras adaptáveis à transformação original dos cabelos.

Até a próxima, bjoca..........

Fonte:  Joaquim Pinto  http://joaquim-pinto.blogspot.com/

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